terça-feira, 15 de junho de 2010

A Grande Festa



Já tem algum tempo que estou pensando no que postar, desde o feriado de Corpus Crhisti. Mas tem me faltado inspiração e empolgação. E eu estou longe de ser uma pessoa que faz as coisas por obrigação. Afinal, se for pra fazer, tem que ser feito direito. Mas hoje, estou muito empolgada.

E eu não posso deixar de compartilhar com vocês, caros leitores, a experiência maravilhosa que tive neste último feriado de Corpus Christi.

Eu nasci e cresci num lar Cristão. Mãe, tias, avós, vivendo e crescendo dentro da palavra de Deus, dentro da igreja, e debaixo de muitas orações (graças a Deus). E, em consequência disso eu sempre ouvia a pergunta: Jesus já entrou na sua vida?
E desde bem pequena mesmo, eu me perguntava isso. Me lembro que uma vez até perguntei pra mamãe: Mamãe, Jesus já entrou na minha vida? Como que eu sei? Como que faz pra Ele entrar? Durante a minha pré adolescência comecei a responder automaticamente que sim, com o intuito de não sair da minha zona de conforto e de principalmente não ter que ir lá na frente de toda a igreja e etc. (Pra quem não sabe, quanto você toma a decisão de se converter é convidado a ir na frente de toda a igreja recber orações). Minhas respostas estavam baseadas em princípios, sempre fui um pessoa honesta, sincera, amorosa, e de valores rígidos. E, para mim, isso era aceitar Jesus. E foi, durante um bom tempo. Só que, eu comecei a ver que EU NÃO ESTAVA FAZENDO A DIFERENÇA. Quando as pessoas falavam: Nath, vamos fazer "não sei o quê" domingo? Ai eu respondia: Não posso, vou à Igreja. E eles retrucavam: Uai, você vai à Igreja? Isso começou a indagar em meu coração, se as pessoas ao meu redor estavam se surpreendendo com tal resposta, era porque eu realmente não estava fazendo a diferença.

'13Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha 15nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. 16Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.' (Mateus 5: 13-15)


Comecei a me sentir morna. Não estava fria com Deus, mas muito menos quente. Ia a Igreja por ir, não prestava atenção na maioria dos cultos, e, uma vez ou outra, recebia uma visita de Jesus em meu coração. Vivia uma vida baseada em princípios, e uma vida de pirncípios muita gente que nem nunca ouviu falar de Deus, tem. A palavra de Deus diz que Ele vomitará os mornos. E quando me perguntavam da salvação? Ai que meu coração desesperava mesmo! E sabe o que era esse desespero? É aquele desespero de quando você sabe que tem alguém tocando sua campanhia, mas você não quer atender.

(Apocalipse 3:16) Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.

Lembro-me que em 2006, muitas de minhas amigas estavam experimentando essa primeira experiência com Deus, e eu queria o mesmo. Fui a um acampamento, pensando assim, nesse acampamento minha vida vai mudar. Eu nem sabia o que eu queria que mudasse na minha vida, mas eu queria converter, poxa, todo mundo tava convertendo. Mas as coisas não acontecem quando nós queremos. Meu coração ainda estava muito duro pra receber Jesus. Eu não tinha sede do espírito, eu tinha sede de acompanhar minhas amigas.
Depois de algum tempo, em 2009, resolvi ir a um acampamento com outra amiga. Eu tinha percebido que ela estava mudada, e fiquei surpresa. Passei algum tempo frequentando a mesma igreja que ela, e a sede começou a crescer em mim cada vez mais. Queria sim ser sal da terra e luz do mundo. E durante essa sede, eu fui a um acampamento. Lá eu vi o quão grande é o poder de Deus. Um choro de comoção, e sede de mudança de vida tomou conta de mim durante esse acampamento. Por um tempo de mais ou menos dois meses eu continuei nessa sede. Só que, eu queria que Deus fizesse a minha vontade em minha vida, e não a dEle. Queria que ele falasse comigo de qualquer jeito, queria receber dons, queria me transformar da água pro vinho. Queria ter sabedoria pra converter nações, e que todos olhassem pra mim e falassem: Oh! Escutem o que ela diz, ela 'tá' certa. Queria sair daquela vida de mentiras da noite pro dia, e que todos acreditassem nas minhas palavras sem eu precisar provar nada, queria principalmente respeito e autoridade. A minha prepotência era tanta, que eu tampei os ouvidos para o que Deus queria me falar e fechei os olhos para o que Ele queria me mostrar. Eu queria viver dentro da palavra de Deus, não por causa dEle, mas para ir pro céu, e principalmente pros outros, que tanto me criticavam. Eu tinha me esquecido que sou pecadora, e comecei a pensar que era superior e melhor que todos. Queria que Ele respondesse minhas orações a qualquer custo. Para mim, tudo era uma troca. Eu não entendia o real sentido do que Deus queria para mim. E em consequência disso, comecei a quebrar a cara. Comecei a sentir o sillêncio de Deus. Eu pedia tanto a Ele, e esquecia de me agradecer. Mas quem disse que eu enxergava isso? A minha cegueira fez com que eu começasse a sentir uma raiva, raiva de mim, e raiva do Pai. Comecei a me sentir inferior, comecei a achar que Deus não gostava de mim, que Ele não fazia questão de mim. Para mim, Ele teria que me livrar de todas as tentações, de todos os medos, e de todas as más línguas. Eu não entendia que a vida com Deus é uma vida de renúncias! Para mim seria fácil. E não foi. Tal cegueira me faz afastar de Deus. Me fez sentir como a semente que cai entre espinhos. Me fez esquecer daquele amor imensurável que eu tinha sentido nos primeiros dias. Me fez esquecer o motivo pelo qual eu dobrei meus joelhos e chorei até secar. Me fez esquecer do amor misericordioso que Ele nutre incondicionalmente por mim. Eu queria que Ele fizesse em mim o que estava fazendo nos outros, e não podia imaginar o que de melhor Ele poderia dar somente a mim!

Sabe, caros leitores, o inimigo é sujo. Você acha que ele está preocupado com aquele que está no mundo, vivendo uma vida de pecados? Não. O inimigo parte pra cima daquele que tem sede de Deus, daquele que quer se achegar ao Pai. Pois esse é quem apresenta ameaça a satanás. O inimigo usa de armas que não podemos imaginar, ele usa a boca do seu melhor amigo, usa a sua baixa auto-estima, ele usa a comparação para te afastar de Deus. E eu, estava fraca, estava cansada para lutar. E, infelizmente cai nas armadilhas do inimigo. Cai numa vida de pecados, esqueci do meu Pai que me amava, e daqueles principíos que me acompanharam. Comecei a viver uma vida fria com Deus. Virei de costas para o Pai e tampei os ouvidos. Para mim, Ele não me queria mais na sua festa. E nesse tempo, de pouco menos de um ano, foi o tempo que eu fiz as maiores burradas da minha vida. Muitas vezes, aquelas mesmas bocas que contribuiram para que eu afastasse do Pai, Ele as usou para tentar me chamar, mas nem elas eu ouvia. E tudo que eu buscava no mundo, só aumentava ainda mais o vazio do meu coração, o vazio tomado por baixa auto-estima, necessidade de auto-afimação, depressão, falta de amor-próprio e tentações. Algumas vezes, nesse meio tempo, quando estava fraca, e não tinha mais forças para lutar contra mim mesma, eu recebia algumas visitas rápidas de Jesus. Chegava a olhar um pouco para trás, destampava um dos ouvidos, e ouvia Ele me chamando. Ele chegou chegou a sentar na sala de estar do meu coração, mas não passava de visitas. Pois eu continuava querendo que Ele fizesse a MINHA vontade. Continuava querendo, apenas ir na grande festa dos céus, e não imaginava que o propósito de Deus era maior. E continuei ouvindo o Seu silêncio.

Então, foi preciso que Deus gritasse. Foi preciso que Ele usasse a pessoa que eu mais amo nessa terra para me chamar. Foi preciso que Ele me fizesse cair, para que eu pudesse parar. Para que eu não seguisse mais naquele caminho tão tortuoso antes que fosse tarde demais.

E de um tempo pra cá, mais ou menos um mês, eu resolvi destampar os ouvidos. Eu resolvi me virar de frente pro Pai, e ouvir ele me chamando. E imagino que o inimigo tenha se desesperado quando ele percebeu isso, e sujo como ele é, não quis que eu voltasse para a casa. Eu comecei a pensar "será que Deus vai me perdoar? Depois de tudo que eu fiz? Ele não vai me querer de volta. Afinal, porque Deus está me fazendo passar por tanto sofrimento? Eu não mereço tanto isso. Eu não são tão má assim. Essa cruz tá pesada demais. Acho que Deus 'tá' me castigando".
Mas Deus começou a gritar mais alto, e eu continuei a caminhar, em passos curtos, mas continuei. Até que eu resolvi correr, a sede estava me dominando, resolvi tirar centro e trinta reais do MEU bolso para ir a um acampamento SOZINHA. Este acampamento aconteceu no último feriado de Corpus Christi. Dos dias 02/06 a 06/06. E no dia 03/06 eu ouvi, através de uma pregação da parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32), Deus me dizendo: Filha, eu te perdoo SIM, eu te aceito de volta. E para mim estava ótimo. O acampamento poderia acabar naquele dia mesmo. Porém, no segundo dia de acampamento, no dia 04/06 Deus disse: Filha, tua cruz não é maior que você pode carregar. Eu te ajudo, estarei aqui. Eu estava tão alegre depois da pregação de quinta, que tinha me esquecido de todos os problemas e angústias que tinha deixado em Belo Horizonte, tinha me esquecido da dor e do sofrimento, e tinha esquecido que menos de uma semana antes eu tinha chorado no meu quarto, pedindo ao Pai alguma resposta, perguntado a Ele, porque? Porque comigo? Porque tanta dor? E nesse dia quatro de junho Ele me respondeu. Durante esse feriado, um ano depois daquele primeiro encontro em 2009, onde eu tinha buscado tantas respostas, e tinha encontrado silêncio, Deus falou nitidamente comigo. Falou muito mais do que eu citei aqui. Deus me mostrou que Ele não se esqueceu de mim em nenhum momento. E o que o preço que o Jesus pagou na cruz por mim e por VOCÊ, não foi EM VÃO! Deus me mostrou que Ele não quer que eu só vá a Grande Festa dos Céus. Ele me fez entender, que muito mais que ser convidade para salvação, que muito mais que passar pela porta do paraíso, eu estarei ao lado dEle, não só como mais uma convidade, mas como Filha, como Amiga do Pai. Como a Nathália, que Ele conhece não só o número de células e fios de cabelo, mas a Nathália que Ele conhece as dores mais íntimas do coração. Deus me mostrou que não importa quem eu sou, o que eu fiz, que Ele nunca vai desistir de mim. Que a paz dele excede qualquer entendimento. E que a misericórdia supera qualquer entendimento humano. E então, eu pude entender, que Ele nos chama, seja na dor, seja no amor. Que Ele está aqui, pra quem quiser ver. Que perdemos muito tempo olhando para o lado, para o outro. Enquanto o que Deus quer nos dar está bem debaixo dos nossos narizes, e que é muito maior do que possamos imaginar!

...A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. (Filipenses 4:7)


Para finalizar, gostaria de agradecer alguns elogios que tenho recebido. Fico muito feliz em saber que algumas pessoas reservam um pouco do seu tempo para ler o que escrevo. Obrigada pelo reconhecimento. E gostaria que vocês vissem um vídeo que me fez derramar boas lágrimas.





Um grande beijo.

3 comentários:

  1. Oláa, desculpe a invasão ta?!Vi um comentário sobre o blog e resolvi fazer uma visita, amei os posts, me identifiquei bastante com esse aqui principalmente...Recentemente passei por experiências do tipo; querer que Deus falasse comigo a qualquer custo, receber todos os dons possíveis, me sentir inferior, enfim...Ler o post me ajudou a perceber que Deus e Seu amor são bem maiores que tudo isso e as coisas vão acontecer no tempo Dele, não no meu. Parabéns pelo Blog, que Deus continue te usando através dele.

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  2. Nossa, fiquei muito feliz com o seu comentário. E fico masi feliz ainda de perceber que Deus está me usando. Obrigada, continue lendo. Beijao

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  3. nossa nath, fiquei muito emocionada. porque me identifiquei. a gente não sabe esperar o tempo de Deus. não sabe aceitar o que ele nos oferece. e por causa disso, muitas vezes acabamos recusando o que poderíamos ter de mais precioso. é uma luta diária refletir, entender e procurar melhorar na fé. é difícil e estou longe de ser um exemplo, mas estou tentando. espero fazer progressos, né?! vc escreve super bem, fácil de ler. beijo ;*

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