domingo, 4 de julho de 2010

Podre Poder

Ontem passei a minha manhã de domingo cuidando dos bebês da minha igreja, e confesso que estou, ainda mais, apaixonada por eles. Não existe nada mais encantador no mundo do que crianças, de todas as idades. Eu sempre soube disso, mas quanto mais tempo eu passo com elas, mais encantada eu fico. Crianças são transparentes, reais, dependentes, naturais, espontâneas, e completamente verdadeiras. As crianças não só demonstram seus reais desejos, como precisam de demonstrá-lo para a sua sobrevivência, e isso é muito encantador. Crianças não tem falsas intenções. E transparecem um pureza inacreditável. (E é por isso que Jesus diz para que sejamos como as crianças e dessa forma herdaremos o Reino dos céus.)


Para mim, não existe dádiva maior que o sorriso e o olhar de uma criança. A sinceridade que eles possuem, nos passa uma paz incrível. Talvez, por isso que é tão maravilhoso ser mãe. Porque as mães tem grande poder sobre essas criaturinhas. Elas tem autoridade de decidir entre o bem e o mal por elas. E, na maioria das vezes, tendem a decidir pelo bem, devido ao amor incondicional que sentem. O poder maternal é, quase sempre, benigno. Elas não buscam o melhor para elas mesmas, e sim para aqueles que dependem dela. Sem amor, não existe poder benigno.

O poder sem amor, é a mais pura demonstração de todas as corrupções humanas. O poder sem amor, é fruto de ambição, egoísmo e egocentrismo. É querer estar superior a alguém. Quando possuímos poder, significa que de alguma forma temos autoridade ou estamos superior em algum quesito. E isso faz com que busquemos o agradável para o nosso ego, e não para aquele que está submisso ao nosso poder. Atualmente, a forma mais fácil de atingir o poder é através do dinheiro. E a busca por esse poder material, que chamamos de ambição, é o que torna o poder tão podre. A ambição é, basicamente, o desejo de ser superior a alguém em algum quesito. Mas existem outras formas de poder, desde o que vem pela força, até o poder político. E o uso do poder egocêntrico frutifica em subornos, desvios institucionais, estupros, violência doméstica, e em crimes hediondos.

Já diz o ditado: "quer conhecer realmente alguém, dê poder a essa pessoa". São raras as pessoas que respeitam aquele que está submisso ao seu poder. E isso está muito marcado na sociedade. Desde os pequenos aos grandes atos. Exemplos? Maltratar um garçom porque você está pagando pelos serviços dele. Chantagiar alguém porque você possui algum tipo de informação sobre essa pessoa. Agridir ou humilhar alguém por algum defeito físico ou psicológico. Falta de educação com qualquer empregado. Bater no irmão mais novo. Maltratar animais...

Todas as atitudes acima, faz com que a pessoa que agrediu sinta-se superior e melhor. E faz com que a agredida sinta-se humilhada e deseje estar superior de alguma forma tendendo a repetir as ações que o agrediu. É como uma bola de neve, pois todos os seres humanos buscam alguma forma de poder e autoridade. E é por isso que A Bíblia diz que devemos seguir sempre o bem. Porque um tapa de luva frustra as intenções de quem tentou te provocar, agredir, humilhar.

Observando toda essa corrupção inerente ao ser humano, eu fico encantada ao perceber que Aquele que tem total poder e controle sobre o universo se limita tanto, nos fornecendo o livre arbítrio. Assim como uma mãe ama incodicionalmente um filho, mesmo quando ele a desobedece e diz a ela que a odeia, Deus nos ama infinitamente mais que uma mãe, mesmo quando nós O desobedecemos e escolhemos um caminho que Ele não aprova. Mas, mesmo diante disso, Ele nos ama. E escolhe estar do nosso lado, para nos proteger, e guiar, sempre que quisermos ouvi-lo. Ele tem paciência para esperar o dia que reconheceremos a depedência que temos Dele. E, tem amor incondicional para desejar-nos sempre bem. E nós, como crianças pirracentas ou adolescentes revoltados, demoramos muito para reconhecer tal depedência ou só reconhecemos diante de situações drásticas nas quais não temos controle nenhum. E assim como crianças, devemos assumir a dependência emocional e física que temos Dele, daquele que amamos e até dos outros. E assumindo tal dependência e submissão as pessoas maltrariam menos, ou não maltrariam aquelas que dependem tanto delas e aqueles os quais elas dependem.

Para finalizar, gostaria de agradecer alguém que me sugeriu o tema do texto e me inspirou ao título do mesmo. Obrigada Marcos.

Um beijo grande




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